Já lá vai o tempo em que os «carrapatos atrás das orelhas» nos faziam cantar alegremente. Os parasitas são responsáveis por perdas elevadas na pecuária, trazendo riscos para a saúde de animais e humanos, comprometendo seriamente a viabilidade da produção. Prevenir é palavra de ordem, e neste artigo explicamos-lhe como.
1. Vade r-ectoparasitas! São pequeninos, mas têm o diabo no corpo
Ácaros, causadores da sarna, altamente contagiosa;
Piolhos mastigadores e sugadores, que geram dermatoses;
Carraças, ou carrapatos, muito perigosos, provocam, por exemplo, a babesiose e a Tristeza Parasitária Bovina (TPB);
Moscas, que além de incómodas causam querotoconjuntivite infeciosa, Berne e outras doenças debilitantes ou fatais;
Flebótomus, insetos transmissores da doença da língua azul.
2. 2. São estrongeiros, mas não vêm de férias. Cautela com os agentes infiltrados
Estrongilídeos gastrointestinais – estes «turistas gastronómicos» provocam atrasos no crescimento e contaminam as pastagens através das fezes, alastrando rapidamente a infeção e quase sem que se percebam os sintomas;
Estrongilídeos pulmonares – chegam pelas vias aéreas e afetam os tecidos pulmonares. A vista no pasto pode ser de cortar a respiração, mas se há problemas respiratórios, são estes parasitas os culpados.
Paranfistoma – encontra-se em zonas húmidas e instala-se na mucosa do rúmen;
Fasciola hepática – instala-se na água e causa distúrbios metabólicos.
3. Prevenção e tratamento: dê corda aos carrapatos e não se deixe enganar por «mosquinhas mortas»
• Não deixe o estábulo «às moscas»: além de instalar armadilhas para moscas com isco, altamente eficazes, o mais importante é garantir o arejamento e a higienização das áreas, evitando acumulação de dejetos, restos alimentares, águas estagnadas e presença de outros animais.
• Rijos que nem bois! A suplementação mineral e vitamínica adequada reforça o sistema imunitário e previne muitos desgostos. É claramente um investimento que se traduzirá numa poupança.
• Saudades da COVID? Faça controlo sanitário: a rotação de pastagens, o vazio sanitário das mesmas, o tratamento correto dos resíduos orgânicos e o isolamento dos animais doentes reduzem a disseminação de parasitas.
• As meninas da ribeira do Sado já não têm carrapatos: a rotação de pastagens também ajuda a evitar a proliferação, mas é conveniente ter alguma suplementação com aditivos de controlo parasitário, devidamente aprovada pelo veterinário.
• Mata-moscas industrial: há suplementos com aditivos que atuam como vermífugos preventivos permanentes. Analisando o clima e seguindo o calendário de antiparasitários, poderá mais eficazmente prevenir e eliminar os vermes gastrointestinais.
• Berne out: as larvas da mosca, causadoras de Berne, devem ser removidas manualmente, seguindo-se a aplicação de produtos para prevenir outras infeções.
Vigie o peso, o apetite e a disposição do gado e previna-se, que bicharada desta não é bem-vinda nem no estábulo, nem no pasto… nem «atrás da orelhas»!