A gestão das pastagens é crucial para assegurar uma fonte de alimento constante e de qualidade. Veja neste artigo como a rotação de pastagens e a correta conservação de forragens podem ser decisivas para o sucesso da produção pecuária.
Benefícios da rotação do pasto
Ao separar o terreno em parcelas, fazendo pastagem rotativa, terá maior controlo sobre cada uma delas, podendo dar a umas o pousio necessário para a regeneração e gerindo noutras os cultivos de diferentes forragens adequadas à produção.
Isto permitir-lhe-á poupar energia e água, reduzir os químicos e aumentar a fertilidade dos solos, melhorando a saúde destes e a qualidade da alimentação do gado.
Dicas para a rotação do pasto
1. Casa de rePousio: é importante que parte das terras possa repousar do pisoteio e do pasto, sendo nesse período necessário continuar a adubar para enriquecer o solo e preparar o próximo cultivo.
2. Em cada esquina, um repasto: para diferentes parcelas, diferentes culturas. Assim se previnem as pragas e se enriquece a nutrição dos fregueses, que até ruminam com outro gosto!
3. Não (plani)fique parado: esboce um plano para a gestão do terreno. Saiba o que precisa de cultivar, em que altura e local, e de quanto tempo precisará, para gerir bem o cultivo, a pastagem e o pousio, reduzindo desperdícios.
4. «É a humidade!»: já aquela senhora dizia e é verdade, a falta de humidade pode ser um problema. Já lhe mostrámos a diferença que faz um bom sistema de irrigação, não abdique de um para hidratar corretamente o solo.
5. Este gado é uma máquina! Evite o uso de maquinaria para remexer os solos. Sempre que possível, deixe que o pisoteio dos animais o faça, pois é menos invasivo para a biodiversidade e reduz a erosão. Além disso, a estrumação acrescentará nutrientes indispensáveis à estrutura do solo.
Conservação de forragens? Não é preciso ter lata!
As culturas forrageiras são mais produtivas em quantidade e qualidade que as pastagens, garantindo alimento mesmo nas épocas de escassez. Colhidas antes da maturação completa, são utilizadas na alimentação ainda verdes ou conservadas. Para que mantenham os nutrientes e a digestibilidade, há cuidados relevantes, como a espécie e a combinação de forragens, o clima, o gado e os equipamentos disponíveis.
Quanto à forma de conservar, é «a melhor de três», de acordo com a sua produção:
1. Silagem:um processo de conservação da forragem verde com perdas mínimas do valor nutritivo, em fermentação látea, baixando o pH, o que permite a conservação muito prolongada. Aproveita as plantas na melhor fase, antes da plena floração das leguminosas e da fase de «emborrachamento» das gramíneas, sendo o tipo de forragem conservada mais nutritiva e digestível.
2. Fenação: consiste na desidratação até cerca de 80%. Para obter um feno de qualidade, considere três fatores: a maturação das plantas no momento do corte, o método de corte, secagem e recoleção (espalhar, revirar e encordoar influenciam a quantidade de humidade) e o clima no momento do processamento (radiação solar, temperatura, humidade relativa, vento e humidade do solo). Este último fator causa frequentemente o adiamento da época de fenação, originando mais feno, mas de menor qualidade.
3. Fenossilagem: é o método que mistura silagem e fenação. Pode ser utilizada em forragens como gramíneas e leguminosas jovens, de ensilagem mais difícil. Esta técnica prevê a conservação em microssilos (bolas ou fardos plastificados) durante longos períodos, mantendo as caraterísticas e propriedades nutricionais. É mais simples que a ensilagem tradicional e dispensa grandes investimentos em armazéns. Além disso, pelo tamanho destes microssilos, manuseia-se, transporta-se e armazena-se mais facilmente que a silagem, evitando ainda perdas importantes, pelo rápido consumo depois de aberta.
Não fique com a cabeça a roda! Faça rodar as pastagens, conserve as forragens… e vai ver que até aumentam as pesagens!